Os cabelos não recorrem à sentença azul do antigo sopro
Os lábios cantam destemidos e nublados como o navio
Onde outrora os avistariam desaparecer
Depois da vergonha
Com as bocas roxas de espuma e limos e navalhas
Eles desacreditam os nomes imprecisos da solidão mendigada
“Jane Zelda Catherine Lizzie Nora Ofélia” dizem
E os vultos nomeados volvem em cada quarto as valsas de lume
Neblinas de lume a incendiar a esfíngica ideia sobre os
pavios da opressão
A vela débil aos lábios na manhã desabitada sobre a
secretária ondula
Um restolhar de papeis embriagados de tinta roídos de beleza
oxigena
Ouvi ainda como as loucas cantam no cais do medo anunciado pela
vossa poesia
Onde se insuflava a vossa promessa de velejar
São vossas as prateleiras escarradas de fumo de nódoas de êxtase
Mas escutem como as loucas voltam às estantes às mesas às
palavras
Cuja opacidade adivinha o toque da pele envelhecida de
séculos deliberados
E estremece ao despontar da claridade nas lombadas
empoeiradas das alturas
Onde as aranhas edificaram asas no Tempo e as rosas
pirogravadas ao longo da vigília
Adejaram para perto da folhagem escorrida para cima
À elegíaca vela os dedos antigos das mulheres amadas devolvem
a extinção
À última valsa sob o nevoeiro descrente cedida na esquina de
uma rua oblíqua
Absolvidas de noite
Escolhidas por um deus sem nome que as obrigasse a repetir-se
Com voz de poetas deus disse-lhes
“Submeteram as palavras indefesas a encerrar os olhos”
E elas abdicariam agora das palavras celestiais se pudessem
Esperariam até no inferno que a espera é a mesma em qualquer
imagem
Benevolentes mesmo que coagidas pelo epílogo dos edifícios a
descontinuar-se
Desde o prelúdio loucas ainda hesitam no cais cravado na
manhã
Com as mãos trémulas de caligrafias de divãs de pavor
Suas silhuetas reminiscentes ainda aguardam e sorriem e metamorfoseiam
Mas a melancolia ainda se sente
Cruel
As palavras tomam sentimentos e sentidos em nós e nos outros. Incendeiam cá dentro, destroem ou iluminam. Obrigado por escreves Constanza
ResponderEliminarMuito obrigada, Saturnine Luna! Obrigada por continuares a ler. Beijinho
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